segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Crítica: 007 - Operação Skyfall (2012)





James Bond chega ao seu 23º filme emplacando 50 anos na história do cinema, continua com fôlego para estar inovando ao que homenageia seu próprio passado, coisa que já fez antes, e mesmo quando não estava em seus melhores momentos e demonstrava sinais de desgaste, ainda assim era divertido e nunca teve sua hegemonia e bilheteria ameaçada.

A série 007 sempre buscou nos sucessos de ação de seu tempo um molde para aplicar sua fórmula. Moonraker (1979) levou Bond ao espaço, inspirando-se em Star Wars (acabou copiando a bilheteria também), Die Another Day (2002) teve um pouco de Matrix nas sequências de ação. Quantum Of Solace (2008) bebe da fonte da franquia Bourne. E agora, numa abordagem mais palpável com objetivo de contar as origens do agente, por que não se inspirar num sucesso de qualidade inegável, embora contestada por muitos, no caso os filmes Batman do cineasta, também inglês, Christopher Nolan?

As semelhanças começam logo que vemos o agente em close, nos primeiros segundos do filme, com visual claramente envelhecido, lembrando Pierce Brosnan em seus últimos momentos como Bond, remetendo ao Bruce Wayne de The Dark Knight Rises (2012), não parando por aí, assim como o homem morcego, Bond também tira umas férias, ao ser atingido por acidente pela própria parceira quando M (Judi Dench) assume o risco para não comprometer a missão. Além disso, temos a fuga do vilão do presídio, bem como o Coringa o fez em The Dark Knight (2008).

Inovações? Dessa vez até a sexualidade do vilão é questionada. Parabéns Bardem.
Falando assim, pode parece até uma cópia, mas longe disso. O melhor do filme é exatamente a maneira como esses artifícios foram usados no universo 007. O roteiro busca desde Cassino Royale (2006) explicar as origens de James Bond e renovar a fórmula. Muitos torceram o nariz para Daniel Craig e toda a renovação que este traz consigo, quando até mesmo a introdução muda em Quantum Of Solace, e quando muitos ficavam em cima do muro, entre reprovar e aprovar as mudanças, entre ficar com o velho ou abraçar o novo, Sam Mendes nos traz um filme em que James Bond discute isso, nos mostrando o velho e o novo na prática, na nossa frente!
Tiroteios mais realistas estão ali (os capangas não entram na frente de James com uma placa escrito “me mate”), perseguição de carro, brigas, nosso agente está mais humano. Diferente daquilo do que víamos, quando o filme era apenas uma diversão, a certeza de que ele já ia apertar um botão mágico e o vilão ia cair num abismo, hoje nós tememos pela integridade física dos personagens. Por mais que saibamos que o agente não vai morrer, o segredo é que os autores fazem espectadores apegar-nos aos coadjuvantes, e colocá-los no limite de risco, assim como em The Dark Knight, temi por M cada minuto como temi por Harvey Dent, e esse medo do risco da morte dos personagens é um artifício abusado no filme.

O futuro e o passado frente a frente.
Mas pra quem ainda é saudosista, o filme resguarda com louvor aqueles momentos que nos lembram os tempos áureos. Ainda tem luta mano-a-mano hollywoodiana que você sabe que não vai dar em nada, Bond briga com capangas num alçapão com dragões em volta, e tem uma luta no bondinho elevada a enésima potência, isso sem mencionar quando chega a vez do Aston Martin (só faltou Sean Connery estar dormindo no banco de trás), os fãs vão se arrepiar.
E qual a explicação para, que apenas no 20º filme esteja sendo levada em consideração começar a contar a origem do herói? Por quê não no primeiro filme? A resposta está no próprio estudo de Skyfall: será que nos tempos antigos o público já não tinha intimidade com o herói, apartir dos livros, item que, pode-se dizer hiperbolicamente, caiu em desuso, como uma caneta que explode? Nos anos 60 a série já era sucesso nos livros e seria cansativo contar tudo desde o começo no cinema, o público já queria ação. Ação essa que, se assistida hoje, parece tediosa para o público atual, ávido por sequências frenéticas, tomadas malucas que às vezes mal dá pra entender o que acontece na tela (Quantum Of Solace). 

Nesse momento, palmas para a produção (Barbara Broccoli) que conduz a série com carinho e sabe colocar as coisas no caminho certo. Neste caso, colocar Sam Mendes no comando, que faz um ótimo trabalho, não fica picotando os momentos de ação, devolve um colorido lindo visto em Cassino Royale, enquadra os personagens numa cena de ação, dá pra admirar o cenário enquanto a coisa acontece. Devo mencionar um capitulo mitológico nas ações furtivas de Bond, quando este segue outro agente por um edifício: é de tirar o fôlego. A cena além de angustiante é linda. Um prédio todo feito de vidro, as paredes transparentes brilham, e há outdoors vivos do lado de fora em neon, e Bond maestralmente fazendo o seu trabalho como se deve fazer, vai até o limite... Bom, vou guardar esse momento pra não estragar a graça. 

Se já foi útil pra missão, caviar é só pra um, e um Bollinger, obrigado.

Para concluir, deve-se dizer que quem for ao cinema vai ver tudo o que pode querer em um filme do 007: ação, tiro, Martini com Vodka, carrões, mulheres lindas, paisagens lindas, corrida contra o tempo, armas, um vilão megalomaníaco, e dessa vez um pouquinho de reflexão e muito mais da história jamais contada de James Bond no cinema.Parabéns pelo cinquentenário. Hora de parar? Não. "James Bond Will Return".

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crítica: New Super Mario Bros. 2 (Nintendo 3DS)


A impressão que fica de New Super Mario Bros. 2 pra Nintendo 3DS é que o jogo realmente carece um pouco de personalidade. Não há nenhuma novidade implementada, como sempre há de costume em cada jogo novo do encanador. Mario e Luigi aparentam estar em piloto automático. Isso já dá pra notar logo na introdução do jogo, quando eles estão voando pra lá e pra cá, atoa, fazendo sei lá o quê, batendo asas.

Em NSMB. original pra DS o jogo voltava a ser 2D. Isso tornava o jogo no que era antes? Não, o jogo era repleto de novidades, itens novos, modalidades novas, músicas. Você tinha que pegar as 3 moedas em cada fase, liberava novas fases. Em Galaxy, para Wii, nem preciso comentar a questão da gravidade. Agora, quando NSMB migrou para o Wii, mais novidades vieram, a questão do equilíbrio na barra, com o controle, MAIS um item novo (o capacete voador), músicas novas, além do que já devia vir da versão do DS.

Mesmo a série Mario Kart é marcada por inovações, sempre positivas a cada nova versão. O quê dizer de Mario Kart 7? Não há do que reclamar, é o de sempre, com novidades positivas que influem na mecânica do jogo. Me pergunto como conseguiram fazer algo tão incrível, de novo, em tão pouco tempo, com tanta pressão, que foi a crise dos primeiros meses do console.

Mas e agora em New Super Mario Bros 2. o quê veio de novo? Colecionar moedas. O quê você ganha com isso? Nada. Só o fato de saber que pegou 938439 moedas. Músicas? São as mesmas do Wii. Itens? Tem o Mario de ouro, não te dá nenhuma vantagem sobre os inimigos além de coletar mais... Moedas. Inimigos? Estou no quarto mundo e não achei nenhum novo ainda, ou não prestei atenção.

Acho que estão guardando o melhor pra versão do Wii U, e pelo que estão dizendo, é isso mesmo, o que me deixa contente, até porque New Super Mario Bros. 2 é sim um ótimo jogo, afinal, é mais do mesmo, mas mais do mesmo de Mario.

Definitivamente é um bom jogo, a reclamação mesmo fica por conta do tratamento do lançamento no Brasil (podia ser diferente?). Todos estavam animados pela Nintendo entrar no mercado de download dos jogos, todos aguardavam pra ver como ia ser no Brasil. Finalmente games de primeira linha iam sair a um preço justo (perdão ao trocadilho muito cretino). Poisé, o dia chegou e a versão pra download no E-Shop do 3DS saiu custando R$ 149,90.

A versão física do jogo sai por R$ 169,90 e ainda vem com uma moeda
pra colecionar. Narf!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

EU VOU VIVER A DEUS DARÁ!!!

Cansei da sociedade.
Pra quê trabalhar duro mais de 8 horas por dia pra poder viver 2 horas e dormir o resto que te sobra pra acordar novamente cansado para mais uma rotina dura de trabalho? Tudo isso para poder se sustentar? É necessário sustentar a sociedade dos ricos fazendo o jogo sujo deles para que tudo possa avançar? Pagar milhões de impostos, contabilizar tudo em programinhas idiotas?


Preciso sacrificar o meu tempo de vida a cada dia para que na economia global haja fundos para que um japonês invente uma nova tecnologia que permita que uma geladeira acesse a internet?
Precisamos disso?


Por menos que isso há gregos e troianos passando fome. Sério, os gregos estão falindo, e o resto do mundo com uma cara de Seu Barriga dizendo "PAGUE O ALUGUEL". Diabos, não é só perdoar a dívida deles e deixar aquele povo ser feliz? Afinal, você gostaria que perdoassem o que você deve não? Ok, que se dane, não sou economista, mas assim as coisas seriam bem mais fáceis, afinal, pra quê facilitar se dá pra complicar? Pois o tema disso é: buscar a simplicidade da vida.


DIRF, DIPJ, DPVAT, PQP, VTNC, VSF? Todas essas complicações inúteis do inferno que só inventaram simplesmente para complicar a vida que podia ser simples. Pra que tudo isso? Juros, Ano Fiscal, boleto, duplicata, todas palavras que cito por citar, que fazem parte do cotidiano, que não valem nada desde que o ser humano fosse simples, como os animais, que não tem conta no banco mas que encontram o que comer a cada dia.


Cansei. Convido a quem puder me ajudar, ir morar no campo, plantar e comer o que vier da terra, apenas para viver. Água vem do poço, energia elétrica? Já vivemos sem isso. Pela simplicidade da vida, que é certa que tem fim. Morte: a única certeza.